Não há outra saída,
A fonte de escape é escrever sempre,
Faça chuva ou faça sol,
Corra o ria para o mar ou para o céu.
Escrever sobre os valores estereotipados.
Escrever sobre os homens maus e os bons.
Escrever sobre mim mesmo,
Sustentar minhas metáforas.
Escrever sobre você aí sentado na fofa poltrona,
Contando nos dedos os centavos que nunca podem ficar para trás.
Escrever sobre a impossibilidade de ser
E a possibilidade de não ser.
Escrever sobre os prostitutos
E as filhas da luxúria.
Escrever sobre os espíritos mortos
Que lutaram pela minha verdade
E os meus dedos secam
E a minha felicidade é maior
Quando uma outra frase salta para o papel
Num passe quase mágico
E tranqüilizante.
* meu personagem era Zezé, uma escritora que havia enlouquecido
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